Venha caminhar na floresta de sobreiros da Serra do Caldeirão e desvendar os seus segredos.
Descobrir os animais, as plantas e as lindas paisagens do habitat terrestre com maior biodiversidade na Europa. Ficar a conhecer como se produz a Cortiça, entender como se procede ao descortiçamento e todos os processos desde a bolota até ao gargalo da garrafa. E compreender porque este material sustentável com características únicas permite melhorar as características do vinho.

O sobreiro, Quercus suber, é uma árvore da zona Mediterrânica, da Era Terciária, entre a época Eocénica e a época Meocénica (20 – 60 MA). Existindo desde a formação da bacia do Mediterrâneo. É endémico do Sudoeste da Europa e do Norte de África.
A copa pode apresentar diversas formas algo arredondadas, com uma altura máxima de 20m. A raiz é aprumada para facilitar uma profunda perfuração do solo após a germinação, o que contribui para a fixação da árvore e para a captação de água em níveis inferiores do terreno. A raiz desenvolve também robustas raízes laterais que se ramificam e formam uma extensa rede tridimensional de radículas.
A maior diferença em relação aos outros carvalhos é o tecido suberoso, a cortiça, que envolve o tronco e os ramos. O sobreiro é a única espécie vegetal que produz cortiça, um tecido com capacidade de se regenerar após cada extração, com elevada importância económica. A extração de cortiça ocorre de 9 em 9 anos porque é o período médio de tempo para que a cortiça atinja uma espessura adequada para a produção de rolhas. Esta matéria-prima possuí propriedades químicas, físicas e mecânicas únicas, razão pela qual é utilizada em diversos setores da indústria.
O sobreiro é uma espécie muito resistente, com adaptações fisiológicas a ambientes secos, que apresenta um crescimento lento. A sua capacidade de sobrevivência em ambientes de reduzida disponibilidade hídrica está provavelmente relacionada com o seu sistema radicular profundo e extenso, capaz de obter água das zonas mais profundas do solo. Atendendo às condições ambientais, e de solos pobre em nutrientes, em que se desenvolve podemos concluir que o sobreiro é uma árvore muito pouco exigente.

A Serra do Caldeirão situa-se no Norte do Algarve, tem um relevo bastante irregular onde predomina a alternância entre elevações e vales com uma inclinação acentuada. Nos vales forma-se uma rede densa hidrográfica de cursos de água temporários. O ponto mais alto desta região montanhosa tem 589 metros de altura. É constituída por rocha grauvaque que origina solos muito pouco férteis. O clima tende a ser seco e quente no Verão e pouco chuvoso durante o resto do ano. As temperaturas são elevadas durante a época estival e amenas durante o inverno. A amplitude térmica nesta zona é significativamente mais elevada comparativamente ao litoral.
Apesar de uma modesta altitude exibe lindas paisagens de montanha e vistas de cortar a respiração que revelam uma esplêndida alternância entre vales e cumes. É também uma importante barreira de condensação dos ventos húmidos provenientes do sul, onde se encontra o Oceano Atlântico.
Portugal é o maior produtor de cortiça do mundo pois detém mais de 50% da produção mundial desta matéria-prima. Em Portugal as florestas de sobro situam-se predominantemente na parte Sul do País. A Serra do Caldeirão é um dos importantes locais de produção deste material devido à excelente qualidade da matéria-prima proveniente desta região. Que já foi classificada como a melhor cortiça do mundo.
Existem vestígios arqueológicos que comprovam a utilização de cortiça que datam de 3000 anos AC, pelos antigos Egípcios. Na Pérsia, na Fenícia, na Babilónia este material foi utilizado sobretudo em flutuadores utilizados em artes de pesca. As utilizações foram-se diversificando e passou a ser usado nas solas de sandálias, em colmeias e como tampa de ânforas para transporte de mel, azeite, vinho e até água.
Os conventos começaram a utilizar a cortiça como revestimento de paredes para se protegerem do frio e do calor, devido à grande capacidade de isolamento que este material possui. Este uso passou a generalizar-se e as populações passaram também a usar este material nas suas habitações para incremento do conforto térmico.
No Século XVII, o grande desenvolvimento da indústria do vidro para produção de garrafas impulsionou o desenvolvimento industrial da rolha de cortiça e incentivou a evolução conjunta destas indústrias ao longo de séculos.

Photo credit: Montuno/ VisualHunt.com

Deve-se ao conjunto de características da cortiça, de isolamento térmico, de grande durabilidade, baixa densidade, reduzido peso, isolamento de humidade, isolamento acústico, compressibilidade, propriedades viscoelásticas a sua utilização desde as solas dos antigos Egípcios até aos luxuosos sapatos do século XXI. Além da enorme utilização para a produção de rolhas para o setor vitivinícola é uma das matérias-primas incorporada na moda, na construção, no desporto, nos transportes, nos vaivéns da NASA, e anda debaixo dos pés de muita gente.

Photo credit: Still Epsilon/ VisualHunt.com

  • Distancia : 8 km

  • Duração : Meio dia

  • Preço : 40€/pax

Inclui :

  • Guia de Natureza

  • Binóculos

  • Guias de Aves

  • Guias de Fauna e Flora

  • Transportes rodoviários

  • Seguros

  • Impostos

Altura recomendada: Todo o ano

Esta atividade está planeada para pessoas alojadas na área de Faro/Olhão, se estiver noutra área geográfica, o ponto de encontro será acordado.

Uma viagem ao mundo da Cortiça !