Deixe-se encantar bela beleza das cores e formas das plantas do Algarve. Descubra a diversidade da vegetação existente nesta região, onde ocorrem mais de 2500 diferentes espécies de plantas. Fique a conhecer alguns dos segredos mais bem guardados nas coloridas pétalas das flores que se adaptaram às condições desta parte do mundo. Venha à descoberta dos usos e costumes dos Algarvios associados às plantas desde os mais remotos tempos. Desfrute desta riqueza simplesmente realizando curtos passeios a pé e algumas breves deslocações de carro.

O Algarve insere-se no domínio bioclimático mediterrânico. O que se traduz numa diversidade impar da sua riqueza florística, revelada sobretudo por uma quantidade apreciável de espécies autóctones ao que se juntam outras espécies naturalizadas importadas ao longo dos tempos de outras latitudes.

Situado na Costa Sul de Portugal, o Algarve é banhado pelo Oceano Atlântico caracterizando-se o seu clima por verões quentes e secos e invernos amenos com pouca chuva. No inverno as noites no Algarve podem ser frias e húmidas, de dia o sol pode ser acompanhado de vento fresco, ocorrendo por vezes tempestades com chuva forte. Nunca neva e as geadas são raríssimas e na grande maioria dos dias o clima é bastante aprazível e confortável.

À medida que os dias se vão tornando maiores as temperaturas diárias sobem consideravelmente, ultrapassando muitas vezes os 20ºC já na segunda metade de Fevereiro.

O aumento das horas de sol e da temperatura estimula a flora local a exibir uma diversidade florística exuberante logo a partir de Janeiro. A diversidade de habitats (sapal, dunar, pinhal, retamal, galerias ripícolas, rural, maqui, barrocal, prado, montado de sobro, serra), em pequenas áreas de território possibilita uma biodiversidade considerável. Sendo possível visitar vários destes habitats passeando a pé ou com breves deslocações rodoviárias.

Além das várias espécies raras e endémicas que existem nesta região, a sua riqueza está sobretudo na diversidade das espécies que são frequentes e que facilmente se encontram.

Procurar e observar a riqueza da flora do Algarve é uma atividade ao ar livre com sucesso garantido. Pode não se conseguir ver todas as mais de 2500 espécies existentes na região mas vamos com certeza perder o conto às espécies encontradas durante uma manhã bem passada na natureza.

O concelho de Olhão situa-se na zona central do Algarve, estendendo-se desde o litoral até ao Barrocal. No litoral as dunas das ilhas da Ria formosa possuem uma vegetação diversa. Exemplos disso são a Granza-da praia (Crucianella marítima), o Narciso-das-areias (Pancratium maritimum) e as endémicas Soagem-do-Algarve (Echium gaditanum) e  Ononis variegata.

Nas lagunas da Ria encontram-se as pradarias marinhas de Seba e Sebarrinha  (Cymodocea nodosa e Zoostera spp) que desempenham uma importantíssima função de sequestro do carbono fixando-o no lodo, frequentemente denominado de carbono azul.  A Morraça (Spartina marítima), a Suaeda albescens e a Salsola vermiculata são exemplos das diversas espécies de plantas que habitam o sapal.

Sob a proteção dos pinheiros situados nas margens arenosas da Ria Formosa crescem inúmeras espécies de plantas. A Dianthus broteroi, a Sargaça (Halimium halimifolium) e o endémico Tomilho-cabeçudo (Thymus lotocephalus) são uma pequena amostra da diversificada flora do pinhal. Também situados na proximidade da Ria, os retamais (matagais de Retama monosperma) albergam uma abundante diversidade de plantas como a Arruda-da-praia (Pycnocomon rutifolium) e a ameaçada Linaria pedunculata.

À medida que nos afastamos do litoral começam a surgir os pomares de sequeiro constituídos por Alfarrobeira (Ceratonia síliqua), Oliveira (Olea europaea) e Amendoeira (Prunus dulcis) que pertenceram outrora à base do sustento da população local. A Alcachofra-brava (Cynara cardunculus), a Aristolochia baetica e a orquídea silvestre Flor-dos-passarinhos (Ophrys scolopax) representam um pequeno exemplo da abundante flora rural. Neste local encontramos frequentemente prados que na primavera apresentam um espetáculo de admirável beleza onde há explosões de cor num matiz de diversas agradáveis fragâncias.

A Serra de Monte Figo situada a poucos quilómetros da costa possui um ecossistema com características muito específicas devido ao solo rochoso e calcário e às amplitudes térmicas maiores do que no litoral. Nesta faixa de território abundam as espécies bem adaptadas a estas condições. Apenas alguns exemplos: o Carrasco (Quercus coccifera), o Sedum mucizonia, o Tomilho-de-Creta (Thymbra capitata), a Marioila (Phlomis purpúrea) e os endemismos Mata-de-santo-espírito (Teucrium algarviense) e Narcissus calcicola.

A disponibilidade de recursos naturais sempre foi determinante para a sobrevivência e evolução do Homem desde os tempos mais remotos. E um dos mais importantes recursos naturais foi, e ainda é, a vegetação do planeta. Este recurso terá sido inicialmente apenas usado como fonte de alimentação. A sedentarização, com a prática de agricultura, aconteceu devido à necessidade de obter este recurso de uma forma mais regular, previsível, abundante e segura. Com o avançar da evolução humana as plantas passaram a ser também uma matéria-prima para os mais diversificados fins, desde o vestuário até à construção de abrigos passando pelas práticas medicinais.

Na região do Algarve, são inúmeras as utilizações das plantas pela população local, as plantas estão também associadas a diversos costumes que vincam a cultura e a identidade da região e lhe conferem uma autenticidade própria.

Destes usos e costumes, apenas selecionar alguns exemplos é um exercício difícil devido à enorme quantidade e à enorme diversidade dos mesmos. Contudo é de referir o exemplo da Alcachofra-brava (Cynara cardunculus) que é utilizado há milénios, como coagulante, para a produção de queijo. A silvestre Nêveda (Calamintha nepeta) é uma das mais importantes ervas aromáticas utilizada nas marinadas para a preparação de azeitonas. A existência de Esparto (Stipa tenacissima) na região desempenhou um papel importantíssimo no desenvolvimento da pesca e das populações de pescadores pois foi a matéria-prima da indústria de cordoaria local para a produção de cordas. As cordas sempre foram essenciais para a navegação pois não era possível realizar as manobras necessárias ao controlo das velas e da embarcação sem cordas. Eram também essenciais para a produção de redes de pesca. O Palmito (Chamaerops humilis) foi usado como matéria-prima da indústria artesanal de assentos de cadeira, cestas, alforges, pincéis, vassouras, chapéus, cordas, esteiras, colchões etç.

  • Duração: Meio-dia

  • Preço: 30€ /pessoa

  • Duração: Dia

  • Preço: 50€ /pessoa

Inclui :

  • Guia da Natureza

  • Binóculos

  • Telescópio

  • Guias de Fauna e Flora

  • Transportes rodoviários

  • Seguros

  • Impostos

Altura recomendada: Todo o ano

Esta atividade está planeada para pessoas alojadas na área de Faro/Olhão, se estiver noutra área geográfica, o ponto de encontro será acordado.