Venha caminhar no coração do Parque Natural da Ria Formosa, observar o labirinto de canais e vegetação dos sapais, respirar o ar da maresia carregado de sal, quem sabe cruzar-se com um camaleão “Chamaleo chamaleon”, avistar aves aquáticas e escutar os seus distintos sons. Desfrute de lindas paisagens em plena natureza enquanto descobre um complexo ecossistema.

A Ria formosa é classificada como Wetland of International Importance (Zona Húmida de Importância Internacional) pela Convenção de Ramsar. É parte integrante da ZPE (Zona de Proteção Especial) da Rede Natura 2000, possui qualificação de IBA (Área Importante para as Aves e a Biodiversidade) segundo os critérios da BirdLife International, foi classificada de Reserva Natural em 1978 e reclassificada como Parque Natural de Portugal em 1987.
O Parque Natural da Ria Formosa é formado por um cordão dunar arenoso litoral constituído por ilhas e penínsulas, pela zona lagunar e por uma faixa terrestre continental ocupando uma área total de cerca de 18 400 ha. Parte do sistema lagunar encontra-se permanentemente submerso, enquanto que uma percentagem significativa emerge durante a baixa-mar. Os avanços e recuos das marés e a baixa profundidade das águas, possibilita a existência de uma grande biodiversidade, principalmente de crustáceos, moluscos, anelídeos, peixes, e aves.
Do ponto de vista ambiental a Ria Formosa representa um local de excecional importância. Esta zona caracteriza-se por agrupar uma vasta gama de habitats, tais como zonas de sapal, dunas e cordões litorais, bancos de areia permanentemente cobertos por águas pouco profundas com presença de pradarias-marinhas, bancos de vasa intertidal e praias arenosas. Esta variedade de habitats, conjugada com uma disponibilidade relativamente elevada de nutrientes, permite a presença de uma grande diversidade e abundância de espécies. Desta forma constitui uma área fundamental para a ecologia de toda a costa algarvia, uma vez que se trata de um local preferencial de reprodução e desenvolvimento de numerosos peixes, crustáceos e moluscos.
O Centro de Educação Ambiental de Marim, também designado Quinta de Marim, é o espaço vocacionado para dar a conhecer o Parque Natural da Ria Formosa nas suas diversas componentes de habitats, fauna, flora, geologia, paisagem e intensa relação com o Homem. E é neste espaço com localização privilegiada no coração do Parque Natural da Ria Formosa que iremos realizar a caminhada de descoberta do seu fabuloso património natural.
A uma elevada biodiversidade vegetal está associada uma abundância faunística que constitui um dos aspetos notáveis da Ria Formosa, destacando-se a avifauna, onde se incluem numerosas espécies consideradas ameaçadas, um dos principais interesses da conservação da natureza.
Muitas espécies de aves aquáticas migratórias, provenientes do norte da Europa passam aqui o inverno ou utilizam a Ria como ponto de escala na sua rota rumo a zonas mais meridionais. De entre as espécies invernantes mais relevantes podem destacar-se anatídeos como o marrequinho-comum (Anas crecca) e o zarro-comum (Aythya ferina). Das limícolas podemos destacar a tarambola-cinzenta (Pluvialis squatarola), e o alfaiate (Recurvirostra avosetta).

Merece destaque o Camão ou Galinha-sultana (Porphyrio porphyrio), espécie emblemática do Parque, sendo que, devido à crescente proteção e estudo desta espécie, os efetivos populacionais desta têm aumentado nos últimos anos.
Merecem também destaque a colónia de Charnecos (Cianopica cooki) , o Guarda-rios (Alcedo atthis) também residente; e as populações de Flamingo (Phoenicopterus roseus). A população de Andorinha-do-mar-anã (Sternula albifrons), uma espécie em declínio na Europa, nidifica nas dunas e salinas da Ria Formosa.

As comunidades bênticas, variam desde as espécies nitidamente marinhas a outras próprias do sistema lagunar e apresentam populações extremamente numerosas. Algumas das quais de interesse económico, caso da amêijoa-boa (Ruditapes decussatus), do berbigão (Cerastoderma edule) e do lingueirão (Ensis siliqua).

Da ictiofauna estão identificadas 65 espécies, que se dividem em sedentárias, ocasionais e as migradoras-colonizadoras; sendo de entre estas, as de maior interesse económico a dourada Sparus aurata, o sargo Diplodus sargus, o robalo Dicentratus labrax, o linguado Solea senegalensis e a enguia Anguilla anguilla.

O camaleão Chamaeleo chamaeleon, é um dos répteis deste ecossistema. É uma espécie ameaçada de extinção e cuja distribuição em Portugal está confinada ao litoral do Sotavento do Algarve, nos pinhais da orla continental e nas ilhas-barreira.
Dos mamíferos existentes podem-se destacar a lontra Lutra lutra, o sacarabos Herpestes ichneumon, a geneta Genetta genetta, e o fuinha Martes foina.

Apesar de as condições no Parque Natural da Ria Formosa serem muito pouco favoráveis à sobrevivência de insetos devido à quase completa ausência de cursos de água doce existem na região insetos que se adaptarem às adversidades locais como é o caso da borboleta Maravilha Colias croceus e da borboleta Cauda-de-Andorinha Papilio machaon como exemplos de Lepidópteros
Como exemplos de Odonatas podemos destacar a Libélula-de-banda Brachythemis impartita e a Libélula do Algarve Selysiothemis nigra. A carocha-da praia Erodius tibialis, e o Escaravelho–d’areia Scarites cyclops são exemplos de Coleópteros.

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Photo credit: Michele Lamberti / VisualHunt.com / CC BY
No capítulo da flora, as comunidades vegetais da Ria constituem zonações características que fornecem estabilidade e servem de habitat para inúmeras espécies. Entre muitas outras espécies encontram-se a Cistanca (Cistanche phelypaea), o Junco-marítimo (Juncus maritimus), a Salgadeira (Triplex halimus), a Armeria gatidana, o Estorno (Ammophila arenaria), o Salgado (Limoniastrum monopetalum) e o Narciso-das-areias (Pancratium maritimum).
A existência de diversos recursos na Ria formosa desde há muito que estimulou, a fixação das populações humanas nas sua imediações. Desde a Antiguidade que o Homem realiza neste território atividades milenares como a produção de sal e a captura de pescado. Como testemunhos desse passado estão as ruínas romanas de tanques de produção de Garum (mistura de pescados, sal e especiarias) presentes na Quinta de Marim em Olhão.
À semelhança dos tempos da Antiguidade, nos dias que correm a Ria Formosa continua a servir de âncora às populações locais devido às múltiplas atividades económicas que possibilita, casos da pesca, da aquacultura de bivalves, da indústria de conservas de pescado, produção de sal, atividades turísticas, extração de inertes, transportes de mercadorias, etc.
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Photo credit: R. Ornelas / Visual hunt / CC BY
  • Duração: Meio dia

  • Preço: 30€/pax

Inclui :

  • Guia de Natureza

  • Binóculos

  • Telescópio

  • Guias de Aves

  • Guias de Fauna e Flora

  • Transportes rodoviários

  • Custo de entrada no CEAM

  • Seguros

  • Impostos

Altura recomendada: Todo o ano

Esta atividade está planeada para pessoas alojadas na área de Faro/Olhão, se estiver noutra área geográfica, o ponto de encontro será acordado.

Photo credit: JerryL2008 / Visualhunt.com / CC BY

Vista fantástica da Ria Formosa e ilha da Armona.